quinta-feira, 7 de maio de 2009

Quando decidir é prejudicar

Os exames, por si só, não são um período fácil.
Além da pressão e do stress, normais em momentos destes, o calor intenso do Verão não ajuda nada.
Mas ajuda menos quem decide que, no Verão, os exames sejam feitos à tarde, durante as horas em que o calor é mais intenso.
Ajuda menos a imposição de orais obrigatórias, um mês e meio depois da realização do exame dessa cadeira, ou seja, já a meio do mês de Julho.
Estas orais são obrigatórias para todos os que têm nota 8 ou superior. E quem não for, independentemente da justificação, chumba. Houve um caso, que conheço, em que morreu um familiar de um aluno. O aluno pediu ao professor, no dia da oral, para a fazer noutro dia. O professor não deixou. O aluno, que tinha tido positiva no exame, chumbou. Independentemente da nota do exame e das várias semanas que esteve fechado a estudar só para aquela cadeira.
Quem decide já fez exames. Sabe perfeitamente que é preferível fazer exames de manhã nos dias de maior calor. Sabe perfeitamente que obrigar todos a ir a orais, tanto tempo depois dos exames, é simplesmente tirar férias aos alunos, mesmo aos que mais se aplicaram durante todo o semestre. Sabe perfeitamente que, ao não deixar um aluno fazer a oral noutro dia porque, naquele, lhe havia morrido uma pessoa próxima, está simplesmente de má fé.
Sobretudo, as orais obrigatórias não têm razão nenhuma para existir. Eu não tenho nada contra as orais, até porque, nas orais, ou subi ou mantive a nota e ainda no último semestre fiz uma oral que era facultativa. Mas não se percebe que um aluno com um 20 tenha de ir, sob o risco de chumbar, enquanto que não se dá uma segunda oportunidade a um aluno que teve 7.
A vida académica, pelo menos em alguns locais, é assim.
E é assim que uma geração trata outra.
Talvez não se lembrem dos seus tempos académicos. Ou talvez se lembrem...

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