domingo, 3 de maio de 2009

"São comunistas!"


Normalmente, uma pessoa é comunista até perceber que a nossa sociedade premeia o mérito da iniciativa privada, com melhores salários e consequentemente com melhores condições de vida. Depois de perceber essa ideia, tão elementar, a regra é a de que a pessoa deixa de ser comunista.
Mas na democracia, há o centro, há a direita conservadora, a direita extremista e radical, a direita liberal, assim como há a esquerda utópica, a esquerda oportunista, a esquerda anarquista e a esquerda comunista. É assim em Portugal e em todo o mundo democrático. E quem gosta da democracia tem de conviver com todas as diferenças.
Noutros tempos, existiram vários protagonistas que não gostavam da democracia. Que confundiam os críticos com os comunistas. E que cultivavam um clima, hostil, de ódio e perseguição aos opositores. Fazendo passar a ideia de que quem não era a favor estava contra o poder, que quem estava contra o poder estava também contra o País. E que quem estava contra o poder eram só os comunistas. Foi assim que aconteceu, em Portugal como em vários países da Europa e do Mundo.
O problema não está nos comunistas. Porque esses existiram e provavelmente existirão até deixar de haver vida na Terra. Está na forma como o poder estimula o crescimento do comunismo e da esquerda extrema.
O PS colhe agora aquilo que semeou. Nos fortíssimos discursos anti-Bloco de Esquerda. Na confusão que fez entre os que se manifestam contra o Governo, intitulando-os de comunistas. É que, entre tantas manifestações, terão desfilado, durante este mandato, mais de um milhão de pessoas, diferentes, pelas ruas de Lisboa e do resto do país. E não há mais de um milhão de comunistas em Portugal. Por isso, o PS, como aconteceu noutros tempos, faz manobras políticas, no intuito de confundir as pessoas, ao associar os insultos, agressões e vaias, generalizadas em todo o País, ao Partido Comunista.
São tiques. Como tantos outros que o PS tem revelado de estar pouco confortável com a vida democrática e com o direito que as pessoas têm, em democracia, para se manifestarem.
É importante que os portugueses percebam a urgência de tirar o PS do Governo. Porque o PS é o partido que nos levou à crise. Que descredibilizou o País no estrangeiro, por fazer negócios pouco transparentes. E que está a condicionar o futuro. Não só endividando ainda mais o País, com negócios absurdamente megalómanos, mas também por estar a contribuir para o crescimento da esquerda utópica, radical, extremista e oportunista, facto que poderá dar origem a que Portugal, em 2010, 2011, 2012 e por aí fora, seja um País completamente ingovernável.
A partir de agora, Sócrates deve estar preparado. Porque onde quer que vá, vai ouvir muitos assobios e insultos. Dos 10% de desempregados, dos 20% de pobres, da classe média cada vez mais empobrecida, assim como das classes profissionais que viram a sua independência seriamente beliscada, como os magistrados ou os jornalistas, além daquelas às quais o Governo declarou guerra, entre as quais salta, desde logo, à vista a dos professores.
Pode continuar a dizer que são todos comunistas e que o Partido Comunista devia pedir desculpa. Mas quem não será desculpado será Sócrates, que tudo leva a crer que, a continuar assim, será estrondosamente derrotado daqui por uns meses.

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