sábado, 2 de maio de 2009

A rua é Vital!


O último Congresso do PS pareceu-me, sinceramente, o princípio do fim de um longo período de poder socialista.
Apesar de ter recebido vários elogios, sobretudo pela imagem e pelo espectáculo mediático que os socialistas já demonstraram serem capazes de criar e recriar, tudo o que ali se montou estava perfeitamente desencontrado da realidade nacional. Desde os discursos à enorme dimensão das bandeiras e cartazes.
A imagem é importante mas não serve de nada quando usada em excesso, em tempos de crise profunda. O Congresso do PS, assim como outras encenações pormenorizadamente montadas, pôs a nu o facto de vermos, de um lado, o PS e, do outro, a rua e o País.
O episódio que envolveu Vital Moreira na manifestação da CGTP, na tarde de hoje, prova isso: os portugueses estão cansados, desolados e desesperados com os socialistas. De resto, nos últimos tempos, principalmente no último ano, bastava que Sócrates fosse a qualquer local para se perceber isso.
No último ano, importa relembrar, o Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS foi constantemente vaiado e até houve um episódio, triste, em que foram disparados tiros para um local onde estava, ou tinha estado, José Sócrates.
É evidente que todos estes episódios são de lamentar e não deve haver aproveitamento político. Condeno veementemente actos de violência, física ou verbal, contra quem quer que seja. Mas a ideia que quero sublinhar é que uma coisa é o que dizem Augusto Santos Silva, Vitalino Canas, José Sócrates, Mário Lino e restantes responsáveis socialistas pelo pantanal onde fizeram com que o país mergulhasse, e outra coisa é o que se diz na rua, o que passa na rua, o que se faz na rua. E o que hoje se disse, se passou e se fez foram actos de desespero de empregados ou desempregados, que sentem que o Partido Socialista os traíu.
Na verdade, o ainda vigente Governo socialista perseguiu e condicionou vários trabalhadores, assim como humilhou publicamente várias classes profissionais. Além de que, pelo longo período de governações do PS, são os grandes responsáveis pela situação do país. O PS sempre entrou em negação, remetendo culpas para o passado, mas os portugueses não se deixaram enganar.
A lição que se tira deste episódio, que não deixa de ser só mais um, é que a realidade é diferente da ficção. E é diferente para pior. O PS viveu no mundo da ficção, guiando-se por estatísticas enganosas, abdicando de se confrontar com o mundo real.
A lição que o PS devia tirar é que devia ter ido à rua mais vezes. Escutá-la, vê-la, senti-la. Mas preferiam as megalomanias, a retórica e a repressão.
Se tivessem ido à rua mais vezes, talvez o país pudesse estar melhor. Mas não está. E começa a consolidar-se a ideia de que Sócrates "acaba" mesmo em 2009.
Esperaremos, trabalharemos e lutaremos para que assim seja. Para bem do País.

1 comentário:

maria disse...

Eu também condeno actos de violência, mas sempre ouvi dizer "que quem anda à chuva molha-se" e que muitas vezes, dependendo do protagonista, "só se perdem as que caiem no chão"...

Quis fazer campanha eleitoral no 1.º Maio e juntou-se ao povo...o povo mostrou-lhe, ao vivo e a cores, o que pensa dele...

Bjs