terça-feira, 11 de agosto de 2009

A margem de manobra de Paulo Bento


Será Paulo Bento um treinador limitado? Ou será que, com mais jogadores de qualidade, poderia fazer melhor? São estas as duas interrogações que os sportinguistas colocam acerca do seu treinador. A primeira questão é a que mais preocupa, porque, se Paulo Bento for mesmo um treinador limitado, o Sporting perdeu muito tempo numa aposta que não dá garantias de estar certa. A segunda questão é a que vai mantendo, ano após ano, Paulo Bento como treinador da equipa principal do Sporting.

É verdade que, com Ronnys, Abeis, Toneis, Romagnolis, Farneruds, Purovics, Alecsandros e Tiui, os resultados do Sporting têm sido um milagre. As apostas de Bento saíram normalmente vencedoras, tanto na altura de pôr Veloso e Vukcevic de parte (porque são, agora, duas mais-valias preciosas do plantel), como na altura de, sem dinheiro, apostar em jogadores jovens (Rui Patrício, Carriço e Pereirinha) e mexer-se no mercado (comprando Izmailov, Vukcevic, Fernandez e Caicedo, este último, ex-titular do Manchester City, que vem por empréstimo e valerá provavelmente os dez milhões que pedem por ele).

O futebol, ou melhor, a qualidade do futebol praticado é que não é suficiente. Mas cá está aquela dúvida: será que, com melhores jogadores, o Sporting poderia ser, com Paulo Bento, campeão e jogar, ao mesmo tempo, futebol de qualidade? Uns dirão que, provavelmente, sim. Outros dirão que não.

Eu sou daqueles que "se passa" com o Paulo Bento em algumas alturas, sobretudo naquelas em que a sua teimosia extravaza. Mas, tendo em conta a diferença de orçamentos (e de plantel) face a Benfica e Porto, creio que o segundo lugar, a presença na Liga dos Campeões e os títulos conquistados sempre couberam merecidamente ao Sporting. E esse mérito terá de ser, irremediavelmente, de Paulo Bento, apesar de, num ano, ter contado com a aselhice de Cajuda e nos outros com os erros do Benfica. Que, este ano, outra vez, me parece que não conseguirá ir além do terceiro lugar. Apesar da euforia de início de época, que, por culpa(!) dos seus dirigentes aumenta de ano para ano, a par do seu passivo.

Também é certo que o que Paulo Bento ainda não fez, ou seja, fazer do Sporting um clube tão constantemente ganhador como o Porto, nenhum outro treinador conseguiu fazer nos últimos 25 anos. Mas, para mal de Bento, no passado recente, um Sporting (também com um plantel limitado) jogou bom futebol, mereceu ser campeão e chegou à final da Uefa com Peseiro. E, nos últimos dois anos, o Sporting nem mereceu ser campeão, nem jogou bom futebol e apenas numa época conseguiu superar o seu passado na milionária Liga dos Campeões. Estes anos de jejum de títulos nacionais, de cabeça baixa no final dos jogos, em que, muitos jogos, em vez de terem sido ganhos pelo Sporting, foram perdidos pelos seus adversários, com Bento como homem do leme têm agravado a situação de Paulo Bento.

A sua margem de manobra é, neste ano, mais reduzida. Mas, ao contrário dos dois anos passados, é reduzida ao ponto de ter de pôr o Sporting a jogar à bola. Porque um meio campo com Veloso, Moutinho, Fernandez e Izmailov (quando voltar e, possivelmente com mais um reforço) tem a obrigação de jogar bom futebol. Porque um ataque com Liedson e Caicedo tem de ser produtivo. Porque ter no banco jogadores como Rochemback, Adrien, Pereirinha, Djaló e Postiga dá muito mais garantias. A defesa, que é o sector aparentemente mais fraco, tem sido o sector mais eficaz. Ou seja, tudo isto somado não dá razão para depressões. Nem margem de manobra a Paulo Bento. Que, com uma época igual às duas que passaram, terá assegurada a sua saída.

Mas eu espero que Bettencourt lhe dê a confiança necessária para sobreviver a um possível complicado início de época. Porque, desde que sou vivo, o Sporting que chegou a campeão foi aquele que começou mal a época e que cresceu ao longo do campeonato. O mesmo aconteceu com Porto e Benfica no ano passado: o que começou bem ficou em terceiro, o que começou mal acabou campeão. E só não se confirma essa regra quando é o Porto que começa bem. Porque a verdade é que, bem ou mal, o normal é que o Porto acabe em primeiro lugar.

Não sabendo se é Paulo Bento que é limitado ou se as limitações estão ao nível do plantel, vou torcer, sempre no estádio, para o sucesso do treinador. É do lado dele e atrás dele que todos os sportinguistas têm de estar. Na mesma luta, no mesmo fim, mas agora sem margem de manobra para falhar.

Até porque seria bom sinal que, no final da temporada, um estádio cheio a entoar cânticos de vitória tivesse uma faixa a dizer "Paulo Bento Forever". Mas, para isso acontecer, Paulo Bento terá de ser, também, um treinador mais ambicioso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Considero o Paulo Bento um profissional exemplar em quase todos os aspectos. Falta-lhe "apenas" saber, quer do ponto de visto táctico, quer do ponto de vista mental, como colocar a equipa a jogar bom futebol. Tenho pena, pois respeito a sua postura profissional, mas este ano já não me deixo enganar com falsas ilusões. O futebol do Sporting, com Paulo Bento, não passa da mediocridade.
Não me convence a ideia de que o plantel não tem qualidade. A academia, como sempre, continua a formar jovens com talento. Aceito que se percam jogos por falta de maturidade de uma equipa jovem. Não aceito que, independentemente da maturidade dos jogadores, profissionais de topo como são a maioria dos jogadores do Sporting, não produzam um espectáculo de qualidade, independentemente de vencer ou perder o jogo. Porque num clube como o Sporting, não
haver espectáculo é perder, independentemente do resultado.
Este ano não compro gamebox para a família. Este futebol não é digno do nome espectáculo, não merece que se pague para ver.
Com outro técnico, com um futebol orientado para o espectáculo, não precisaríamos de ter um presidente aos saltos e a tentar angariar sócios. Os Sportiguistas viriam sim ao saltos para encherem o estádio e se fazerem sócios.
Ao contrário do que passou a acontecer na era Paulo Bento, os jogadores voltariam a valorizar-se. De que serve ir à Champions e ganhar 10 milhões, se jogadores como M. Veloso e Moutinho passam de valer 20 para valer 10 milhões. O "segredo" para nos libertarmos do estrangulamento financeiro não é poupar nas contratações, é valorizar os jogadores formados.
Mas o compromisso já foi assumido... Paulo Bento forever, ou até que saia pelo seu pé.
Desconfio é que este este ano, ou o "losango" leva uma grande volta ou nem os assentos às cores vão disfarçar a falta de presença no estádio.
1 abraço aos amantes do futebol espectáculo

Anónimo disse...

AINDA NÃO VIRAM QUE O PAULO BENTO, ESTÁ ESGOTADO.
NÃO SABE MAIS, QUE FUTEBOL PRATICA O SPORTING??
O ANO PASSADO FICOU EM SEGUNDO, PORQUE O BENFICA ESTAVA MUITO MAU.
PARA MIM JÁ CHEGA DE PAULO BENTO EM ALVALADE.
TREINADORES COMO ELE HÁ MUITOS
SÓCIO 6150