quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O momento do Sporting, depois de Florença


Eu, definitivamente, não faço parte daquele grupo de sportinguistas que não se importa que o Sporting falhe os seus objectivos apenas para mostrar que eu tinha razão. Para mim, acima de tudo (no que ao futebol diz respeito), acima da minha opinião, está o meu querido Sporting.
Não sou daqueles que mostra lenços brancos, não escrevo numa lógica de bota-abaixismo, não assobio a meio dos jogos. E essa atitude, de apoio total à equipa e aos funcionários do Sporting, não impede que faça as minhas recomendações (já fiz algumas aos dirigentes e aos jogadores do clube) e as minhas críticas. Faço-as para dentro. E sempre numa lógica de contribuír positivamente para o clube.
Paulo Bento provou hoje que o Sporting não tem um plantel suficientemente equilibrado para jogar no "main event" do futebol europeu. Faltam-lhe defesas, faltam-lhe médios, faltam-lhe avançados. E estou absolutamente convicto de que dificilmente outro treinador do mundo conseguiria tirar mais rendimento daquele grupo de jogadores. Importa sublinhar que o Sporting nunca venceu, em toda a História, em Itália, vinha de um empate ingrato e a dois golos em casa, e estava sem Vukcevic, Izmailov, Caicedo e Hélder Postiga.
A ideia que eu tenho é que o Sporting pode ser campeão. Com Paulo Bento ao leme. Mas com muito mais adeptos no estádio. Em Alvalade, de norte a sul do país, nas ilhas e no estrangeiro. Mais adeptos dos que apoiam do princípio ao fim. Precisa de mais jogadores. Daqueles que não vacilem na hora de fazer um rasgo no meio-campo nem de travar um ataque adversário.
Foi engraçado que, no jogo da primeira mão, à minha frente estavam três pais com três miúdos da Fiorentina. Os miúdos sabiam quem era o Veloso, o Yannick, o Moutinho, o Liedson. A Europa, e sobretudo os mais novos, ganharam um carinho especial por uma equipa que, num jogo decisivo, mete sete ou oito jovens, do país do clube, a jogar.
Ao Sporting falta-lhe o mais importante: ganhar o campeonato. Não chega ficar em segundo à custa de um cansaço enorme provocado por campanhas europeias que, salvo um ou outro jogo, têm dignificado as nossas cores. Mas, para ganhar o campeonato, os adeptos têm de se consciencializar que o apoio tem de ser muito maior. Porque, tem sido quando tem mais apoio e, curiosamente, nos jogos mais difíceis, que o Sporting tem mostrado sem grande, tão grande como os maiores da Europa.
Eu gostava que o presidente do Sporting explicasse a razão de não haver mais reforços. Era importante que ele dissesse quanto dinheiro é que é preciso para se ir buscar mais um ou dois bons jogadores. É preciso chegar às 40 mil gameboxes? É preciso vender mais 75% de camisolas? O que é preciso mais? Se os adeptos soubessem, estou convicto de que tudo iriam fazer para ajudar.
Por tudo isto, importa dar uma palavra de parabéns à Fiorentina. Por quem tenho um carinho do tamanho da beleza daquela cidade e da dimensão daquela "curva". Têm uma equipa fortíssima, recheada de fabulosos jogadores. É por eles que continuarei a torcer em Itália. As duas boas exibições do Sporting engrandecem e justificam (e de que maneira!) a presença da Fiorentina na Liga dos Campeões Europeus.
Continuarei à espera que o Sporting se reforce e, em princípio, irei a Coimbra apoiar a equipa. Coimbra será um jogo importantíssimo, até porque, em tantos jogos, o Sporting já tem mesmo de começar a ganhar. Para ganhar o hábito. Mas, se até segunda não chegar nenhum reforço, tendo em conta que sou da opinião de que Paulo Bento tirou o máximo rendimento dos jogadores que tem, terei que pedir contas à direcção da SAD. Porque, sabendo das fraquezas da equipa, tem a obrigação de trazer jogadores capazes de reforçar a equipa, ao ponto de ainda podermos, esta época, ser campeões. Para isso, os árbitros não podem ser também tão parciais. Mas isso é outra conversa. Para outra altura.
Agora há que levantar a cabeça. Porque ao Sporting calhou a fava no sorteio. O Sporting fica fora da Liga dos Campeões sem ter perdido um único jogo contra a Fiorentina. E tinha as baixas que a Viola não tinha.

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