segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ídolos

Peço desculpa pelo atraso. Porque, pelo que me tenho apercebido, fui dos últimos da blogosfera a falar sobre o programa "Ídolos" que procura novos talentos da música.
Isso não quer dizer que não deixe de acompanhar esse programa e que não agradeça, à SIC, por ter trazido, de novo, esta iniciativa para Portugal. Do mesmo modo que agradeço à TVI pela sua aposta constante na promoção de actores, comunicadores, cantores, etc.!
De facto, hoje, ao olhar para os candidatos e ao ver as suas actuações, apercebi-me que aquele grupo de sete pessoas, jovens, tinham atingido um patamar de qualidade em que é muito difícil escolher um deles para vencedor.
Qualquer um deles, ao seu estilo e com a sua personalidade, pode ganhar o programa. E todos eles, incluindo o próprio Salvador (que foi expulso), têm todas as características necessárias para conseguir uma boa carreira musical.
Hoje foi a segunda vez que votei num programa de televisão. A primeira vez que votei foi no Gonçalo Medeiros, um dos vencedores da "Operação Triunfo", que foi, com a Sofia e com o Francisco, ao Festival da Eurovisão.
Hoje votei na Carolina. Não por ser melhor do que os outros, porque todos são igualmente bons. Cada um à sua maneira. Votei na Carolina porque cantou uma música relativamente pouco conhecida, de uma banda que ainda menos conhecida é. Sempre com o seu ar divertido.
Falo do programa hoje, não só para o elogiar ou para elogiar os seus finalistas, mas para dizer que o grande desafio que se coloca às rádios, às televisões e às agências de música é o passo seguinte. Não chega mostrar o talento que existe. Não basta escolher o melhor entre os melhores.
Agora que entramos numa nova década, é preciso ganhar consciência de que há um longo caminho a percorrer neste passo seguinte. Caminho que terá de passar pela Assembleia da República, pelas rádios, pelas televisões, pelas agências de música e um pouco por cada um de nós.
O que a Carolina fez hoje, no "Ídolos" foi lembrar isso mesmo. Os deputados devem exigir que a música portuguesa passe com maior frequências nas rádios e nas televisões. E devem certificar-se que isso é cumprido.
Não se trata de impor às pessoas que ouçam o que não gostam. Trata-se de promover o talento que há (em abundância, ainda por cima!) por cá. Trata-se de uma medida cultural, que pode fazer mudar a própria cultura musical dos portugueses.
Onde é que estão os vencedores da Operação Triunfo? Não tinham talento para passar nas rádios?
E os finalistas da primeira edição do "Ídolos"? Eram assim tão maus?
Será que não há quem saiba compor boas músicas para esses cantores?
Aqui está um desafio interessante para esta nova década.
Trata-se do passo seguinte. Que está por dar. Mas que merece ser dado. Antes de 2020.

1 comentário:

maria disse...

Eu não vejo os Ídolos, mas já vi e vibrei com outras edições, não só deste programa como de outros muito parecidos...também já me perguntei onde foram parar as vozes que lá se apresentaram, vozes que depos de terminados os programas desaparecem e apenas ficam na nossa memória.

Chego à conclusão que este tipo de programas não servem para descobir novos talentos, como seria suposto, e sim para entreter quem está em casa e quem neles participa...

Não basta ter boz voz, cantar bem e ter presença em palco...primeiro que tudo isto há que ter "padrinhos"...só com estes conseguimos chegar a qualquer lado. Em 100 há 1 que de vez em quando aparece porque alguém aposta nele...os outros caem no esquecimento mal acaba o programa...

Quanto às rádios, e eu que oiço rádio, várias, quase o dia todo... ao contrário do que acontecia há poucos anos, até que já se ouve muita música portuguesa...mas, veja os top's da música mais vendida em Portugal...raramente é música portuguesa, mas aí a culpa também é um pouco nossa...ainda ontem num programa, na RTP2, os apresentadores do top mais diziam isso mesmo...

Vou várias vezes a Espanha, onde as rádios e televisões, quase só passam música espanhola...é assim que se divulga o produto da "casa"...há dois anos estive lá e ouvi, pela primeira vez, música portuguesa num restaurante onde estava...achei tão estranho que disse isso mesmo ao dono do restaurante...dono que não só era português como a rádio que estavamos a ouvir era uma espécie de rádio local e onde trabalhava o filho, português também...só assim!

Bjs :)