terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Não contem comigo!


Nos últimos dias, vários foram os assuntos que me fizeram não escrever.
Não escrevi por decepção. Decepção relativamente a assuntos sobre os quais, normalmente, costumo escrever. Por exemplo, a política e o PSD, o Sporting e o futebol nacional.
Comecemos pelo Sporting. Hoje vou falar do Sporting.
Não contem comigo para crucificar o Rei. O Rei Sá Pinto. Que errou, como é óbvio, tal como errei muitas vezes. Mas o Liedson também terá errado, certamente.
O Sá Pinto fez coisas boas neste curto período em que exerceu o cargo de director para o futebol. A entrega dos jogadores em campo foi diferente. Ganhámos, por isso, quase todos os jogos. O que o Sá Pinto fez foi defender os sócios e os adeptos que são, esses sim, o Sporting.
Já tinha escrito sobre esse assunto. O Sporting sou eu, é o Sá Pinto, é o Paulinho, é o Patrício da Torcida Verde, são as suas claques, são aqueles sócios da bancada central que, aconteça o que acontecer, não arredam pé.
O Sá Pinto excedeu-se. Eu também já me excedi. Mas defendeu os sócios. O que, não sendo justificação, é claramente algo digno de um grande sportinguista.
O Sporting ganhou, neste último fim-de-semana, com golo do Liedson.
No último jogo para o campeonato, ganhámos com dois golos do Liedson.
Já ganhámos competições por causa do Liedson. Se não fosse o Liedson, possivelmente não teríamos estado tantas vezes felizes, a jogar na Liga dos Campeões.
O Sporting fica, por isso, melhor com o Liedson. Porque vale muitos golos, muitos pontos, muita alegria e muito dinheiro.
Mas o Sá Pinto não tem preço.
Posso estar errado no que estou a dizer. Podem até dizer que estou a defender o que não tem defesa. Podem dizer o que quiserem. Mas não contem comigo para bater no Sá Pinto. Porque bater no Sá Pinto é "agredir" uma referência de raça, irreverência e atitude. É bater num símbolo dos jovens. É bater no Sporting.
Entre o Liedson (e mais uma série de jogadores) e o Sá Pinto, estou do lado deste último. Não contem comigo para me mudar para o outro lado.
Os jogadores? Que joguem à bola, que ganhem os jogos, que justifiquem a fortuna que ganham! Que comam a relva, que deitem sangue e suor à procura das vitórias. E que venham, no fim dos jogos, agradecer aos sócios e adeptos. Porque vamos a todo o lado, faça chuva, sol, frio, vento ou neve.
O Sporting somos nós. Sá Pinto inclusivé.

3 comentários:

Lamas disse...

Subscrevo totalmente com assinatura reconhecida e tudo.
A hiprocrisia dos que se dizem defensores das boas práticas que querem cruxificar o Sá Pinto, enojam-me.
Que raio de Sportinguitas são estes meu Deus???

maria disse...

Eu neste tema estou dividida...defendo os dois ao mesmo tempo que os condeno.

Nem um nem outro agiram bem...os dois cometeram erros e excederam-se.

Dizem que o Sá Pinto ferve em pouca água e que o Liedson não é nenhum santinho...não sei, gosto dos dois e não cruxifico nenhum...


Não acho que o Sá Pinto seja Rei e muito menos que o Liedson seja o abono de família do Sporting como já ouvi por aí...

O Sporting Clube de Portugal é muito grande e muito mais que estes dois e estas tricas...

Bjs :)

António Lopes da Costa disse...

Caro Lamas e Maria,

Um dos melhores jornalistas desportivos portugueses, que escreve ao fim-de-semana para o Correio da Manhã, apesar de não crucificar o Sá Pinto, demonstrou ter uma opinião diferente sobre este assunto.
Não deixa de ser um grande sportinguista por isso.
Contudo, eu estou do lado do Sá Pinto. Não só aquilo que fez ao longo da sua vida, mas por aquilo que representa para nós - nós, os que vamos a todo o lado, a todo o momento.
Já se esperava que isto fosse acontecer: há jogadores que têm medo, por causa desta nova atitude no mercado e desta nova exigência aos jogadores. Nomes? Não digo. Apareceram ao lado do Liedson logo no primeiro treino. São outros dois brasileiros, claramente dispensáveis (na minha opinião).
No outro dia eu ouvi o Toni. E que bom é ouvir falar o Toni, um dos grandes benfiquistas. O que ele disse do Benfica, que o Benfica teve de fazer durante mais de uma década, é o que o Sporting tem que fazer agora: despachar os medíocres e trazer qualidade. Com o Sá Pinto no balneário e mesmo sem Liedson (que não é medíocre) e os medíocres, não tenho dúvidas de que ao fim do caminho estaria um momento muito feliz. Para o Sporting. Que somos nós. Entre nós está e estará sempre o Ricardo Sá Pinto.