quarta-feira, 28 de abril de 2010

Algumas notas para memória futura


Apesar do encontro do líder do PSD com o Primeiro-Ministro, realizado por iniciativa de Passos Coelho, e da cooperação que é estratégica para os interesses do país, há algumas notas que não podem caír no esquecimento.
A primeira nota está ligada à responsabilidade pelo actual momento. Se Portugal vive dias complicados, essa responsabilidade é exclusiva do Governo e do Partido Socialista que não agiram atempadamente e do modo que se lhes exigia.
A segunda nota tem que ver com a manifesta incompetência do Governo e do Partido Socialista para governar o país. O PSD alertou a tempo, o PSD apresentou medidas, o PSD criticou o atraso e o PSD criticou as medidas. Se fosse o PSD a governar, a situação previsivelmente seria outra, bem melhor.
Desta segunda nota sai uma terceira: só depois de verificar o impacto estrondoso na nossa economia é que os socialistas (sobretudo os socialistas que estão no Governo) a assumiram como real. Foi preciso que os mercados reagissem de uma forma esclarecida, avassaladora e negativa e foi preciso que fosse revelada a real situação da nossa economia para que os socialistas tomassem consciência do que estava em causa e das medidas difíceis que têm de ser tomadas. Em nenhum momento o PS assumiu as suas responsabilidades. Ora, nesta terceira nota realça-se a irresponsabilidade socialista.
Uma última nota, tem que ver com a coincidência de interesses. Em todos os momentos, os interesses do PSD coincidiram com o interesse nacional. E em todos os momentos, os socialistas moveram-se seguindo os seus instintos e aquilo que melhor servia os seus interesses legítimos, mas partidários e eleitorais. Que nunca coincidiram, ao longo desta fase, com os interesses do país.
O PSD continuará a servir o país e a colocar o interesse nacional em primeiro lugar. Mas mais do que se insistir na ideia do Bloco Central (que é um bloco central de interesses), devem ficar registadas estas notas. Estas quatro notas. Para que possamos usar delas em tempo oportuno.
E daqui para a frente, o PSD, em vez de esperar a recompensa por parte dos eleitores, recompensa que seria justa, deve juntar forças, unir os seus militantes e mobilizar o eleitorado para que Portugal seja capaz de combater e ultrapassar esta crise deixada por um governo socialista incompetente e irresponsável chefiado pelo engenheiro Sócrates.

Nota complementar: para explicar a fotografia. Depois do encontro entre José Sócrates e Passos Coelho, parece questionável a minha opção para a imagem. Parecerá. Mas, na vida, é importante dar tempo ao tempo. E o tempo deu razão a Ferreira Leite. Que, ao contrário de vários Sócrates que por aí andam, nunca faltou à verdade, nunca mudou de pensamento nem de atitude por motivos eleitorais. É pena que, 36 anos depois, os portugueses ainda não queiram ouvir a verdade e que cedam à demagogia facilista e irresponsável, porque isso demonstra a pouca maturidade da nossa democracia.

Sem comentários: