sábado, 10 de abril de 2010

O Pirolito


Na semana passada estive num dos paraísos que já conheci na Terra.
Fui dar um passeio no campo. O Pirolito foi comigo. Com o Rex.
Adoro aquele passeio, com o campo verde, ao som dos pássaros, a seguir as pegadas de javali, com uma barragem em pano de fundo.
O Pirolito e o Rex também adoravam aquele passeio. E eu, algumas vezes, parava para ver os dois a brincar.
Tudo aquilo era tão leve, tão puro, tão inspirador, tão reconfortante, tão calmo, que, muitas vezes, quando penso no paraíso, visualizo imagens como aquelas.
Longe estava eu de saber que aquele seria o último passeio do Pirolito, um Rafeiro Alentejano que vi crescer. Que fazia caminhadas de vários quilómetros, pelo campo ou pela estrada, para estar com aqueles que mais o estimaram.
O Pirolito morreu. Foi atropelado.
Mas deixará sempre recordações naqueles que mais gostaram dele.
Recordações e ensinamentos.
Posso não poder voltar a dar-lhe festas na barriga como ele tanto gostava. Mas vou continuar a lembrar-me sempre daqueles momentos e passeios.
Porque aqueles momentos e aqueles passeios fazem parte das coisas boas da vida.
A vida é mesmo algo muito fugaz.
E é uma grande oportunidade estar vivo.
Assim sendo, devemos aproveitar ao máximo esta oportunidade para viver as coisas boas que a vida nos pode oferecer.
Foi isso que o Pirolito me ensinou.
A felicidade são segundos. São momentos muito mais curtos do que a própria vida.
O Pirolito ajudou-me muito a ser feliz mais vezes.
Se, algum dia, a minha alma se cruzar com a dele, será isso que lhe vou agradecer.
Que aproveite bem este longo descanso.
Até sempre. Até um dia, amigo.

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