Basta sair de casa e dar uma pequena volta para perceber que o país começou já a sentir esta grave crise económica.
Basta olhar pela janela durante alguns minutos para perceber que a grave crise económica já ganhou contornos de uma ainda mais grave crise social.
Tenho ficado estupefacto quando, nos passeios com o meu cão, vejo os móveis desaparecerem da zona dos caixotes de lixo em poucos minutos.
No outro dia, bastou subir e descer do elevador para estar já um carro parado, onde estava uma senhora com um bebé ao colo, com o senhor a carregar uma máquina de vender tabaco que estava encostada, há poucos minutos, ao ecoponto.
Bastaram dez minutos para um móvel de televisão todo partido desaparecer do lixo onde estava. E vinte minutos para que umas tábuas de madeira fossem carregadas num pequeno carro branco. Até uma parte que restava de um vaso desapareceu com grande facilidade e rapidez.
Tenho visto algumas pessoas procurarem, no lixo, roupa velha e suja. Até já vi, várias vezes, pessoas procurarem restos de comida no lixo.
Hoje até me arrepiei quando vi uma senhora, aparentemente vulgar (cabelo loiro pintado e tudo!), a fazer de arrumadora de carros.
É óbvio que a crise social que Portugal vive vai muito além destes episódios, tristes e degradantes. Mas atrás das pessoas que vejo à procura do que está no lixo, atrás daquela senhora que hoje estava, desajeitadamente, a arrumar carros no Campo Grande, estão famílias que passam os momentos mais difíceis das suas vidas.
E esta situação agrava-se de dia para dia.
Sendo certo que o Estado não tem dinheiro para garantir mais poder de compra e oferecer mais e melhores meios às famílias, já deixou de fazer sentido falar-se apenas no endividamento destas. Já deixou de fazer sentido falar-se apenas na crise económica. Faz cada vez mais sentido falar-se em pobreza extrema e fome, aqui em Portugal. E a grande responsabilidade dos políticos, agora, é a de combater e ultrapassar a crise social que já assola este país. De uma ponta à outra.
Pouca sorte a dos portugueses que viveram numa altura em que o país foi (e continua a ser) desgovernado pelos socialistas António Guterres e José Sócrates.
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