
Eu não sou pessoa para deixar os outros sem resposta. E não deixei. Disse Marcelo Rebelo de Sousa que “o silêncio é uma forma de expressão”, afirmação que subscrevo nas circunstâncias actuais. Mas como há pessoas limitadas na sua inteligência vou explicar o significado do meu silêncio.
O meu silêncio significa, antes de mais, desprezo. Se pudesse pôr uma música para responder ao que tenho visto escrito, eu escolheria, sem dúvida, uma música de uma cantora brasileira, que teve muito sucesso há uns verões: sim, estou a falar do “Tou nem aí”.
Já o disse há algumas semanas que não tenciono ser político. Tenho liberdade para dizer o que acho, assim como tenho liberdade para explicar o que aconteceu num programa de televisão. Como não sei colocar vídeos no blogue, decidi explicar por palavras o que aconteceu numa prova de vinhos onde estava o dr.Marques Mendes. Estas imagens passaram no programa Prazer dos Diabos, da SIC Mulher.
Não insultei ninguém, nem muito menos disse que o Marques Mendes é um bêbado. As imagens mostram tudo aquilo que eu disse no blogue. Como disse um anónimo, num comentário do blogue do Politicopata, estar é diferente de ser. Isto, pelo menos em português, já que se eu tivesse falado em inglês, como para os verbos ser e estar se usa o “to be”, perceberia que houvesse confusão.
O Politicopata nunca se embebedou? E acha que quando as pessoas, suas amigas ou não, lhe diziam que você esteve bêbado, o estavam a insultar? É patético o que o senhor disse, francamente! É uma palermice…
Compreendo o nervosismo das pessoas por se estar à beira de eleições que podem mudar o rumo e os líderes do Partido, mas não compreendo e critico quem associa o que eu digo com qualquer candidato ou candidata a qualquer órgão do Partido. Ninguém me pede para escrever nada, nem sequer sou pago, como acredito que alguns possam ser. Escrevo o que sinto, sobre o que quero, sem pedir autorização a ninguém.
Aliás, nos primeiros artigos que escrevi, disse que gostaria de ser tratado como António, em vez de ser tratado como filho de quem sou.
Imaginemos que nestas circunstâncias, eu era de extrema-direita e dizia que queria que houvesse um gueto, indo completamente contra a opinião da minha mãe. Mas eu disse o que disse. De facto, quando li o que o Politicopata escreveu, perguntei para mim: o que é que tem o rabo a ver com as calças?! Não faz sentido e é difamatório o que este senhor escreveu, menosprezando mais uma vez, este blogue.
Este blogue não quer ter influência. Repito que tanto me faz que venham milhares de pessoas como não venha ninguém. Às vezes mais vale só do que mal acompanhado, apesar de não haver visitas indesejadas. Este blogue não é lugar de guerras, mas de convívio, debate, opinião e informação, sendo obviamente parcial. Parcial porque escrevo de política, quando sou militante do PSD, descontente com o rumo do Partido e do País. Parcial porque escrevo de futebol e sou completamente fanático pelo Sporting. Mas se é parcial como admito, não posso dizer que seja permitido tudo. Aqui fala-se a sério sobre o que é sério e a brincar do que é a brincar. Mas em relação ao PSD sou um militante comum, interessado por política e preocupado com o estado do Partido. Nada mais!
Não posso deixar de dizer que critico completamente a leviandade com que algumas pessoas falaram de coisas sérias, chegando a dizer que eu tinha inventado uma história imaginária. É muito grave e reflecte bem o desconhecimento que quem escreveu tem em relação a mim. Se não sabe, não invente, porque o que disse é grave. Não quero, porém, alongar-me sobre este assunto.
Mas voltemos aos insultos. Eu já expliquei a situação. Mas confesso que quando comecei a ler o artigo do Politicopata, pensei que ele estava a dizer que o Marques Mendes comentava frequentemente no seu blogue. É que eu, António, acho que o Politicopata só escreve disparates e patetices e se o Marques Mendes fosse ver o blogue do Politicopata e comentasse seria um pateta. E agora, estão a pensar: mas tu, António, também lá vais e comentas às vezes…mas eu acho que não vão dizer isso: é infantil!
Fiz, no primeiro semestre um trabalho sobre o poder da televisão na sociedade. Foi um trabalho feito em conjunto com mais dois colegas e, confesso, teve uma excelente nota. Para esse trabalho, vimos imagens televisivas de dirigentes políticos que aparentavam estar sob o efeito do álcool. Estudei aprofundadamente este assunto. Sei, portanto, do que falo. Marques Mendes estava numa prova de vinhos e no final da mesma teve um comportamento em que demonstrava não estar no seu mais sóbrio estado. É um facto. A imagem e os media têm um poder enorme, pelo que o meu artigo foi mais no sentido de alertar para esta situação do que para criticar a pessoa. Não ofendi, não insultei, apenas narrei um facto e alertei para essa situação. Quanto a isto está, na minha opinião, tudo dito.
Abro os comentários aos leitores para que possam fazer mais questões, se tal acontecer.
Em relação às próximas eleições directas, tenho uma coisa a dizer. É com enorme tristeza que vejo que grande parte dos militantes vai ser impedida de votar. Uma possível vitória de Marques Mendes começará sempre na secretaria.
Quando se devia fazer oposição ao governo socialista, o PSD está a discutir o sufrágio universal. É, sem dúvida, o pior período da História do Partido, mais um passo atrás que se está a dar. O pagamento de quotas devia ser fácil, o que Mendes não quer. Numa altura em que muitos portugueses estão de férias, o que os mendistas querem é restringir o direito ao voto, algo que reforça a característica, que tem vindo a ser falada, de anti-democracia que os mendistas levam a cabo no partido.
Tenho uma maior legitimidade para falar sobre isto, dada a turbulência que aconteceu na minha primeira tentativa de entrar no PSD. Recebi uma carta num período em que não estava em Lisboa e não consegui, facilmente e na primeira tentativa, entrar no PSD.
O PSD é, hoje, o contrário do que devia ser: é um partido dividido, pouco democrático, sem ideias, tem os piores resultados de sempre. Numa expressão, o lema da direcção do Partido é o “aguenta, aguenta!”, em vez de o que eu pretendo: o “ganhar, ganhar”!
Neste sentido, proponho a todos os que estão descontentes com o comportamento do PSD nestes dois anos, acentuado depois da derrota catastrófica que o partido teve em Lisboa, se unam à volta de um candidato. E, neste momento, só uma pessoa pode voltar a levar o PSD às vitórias, de chegar ao governo e recuperar as Câmaras perdidas, entre as quais, Lisboa, onde estudo, e Oeiras, onde vivo. Essa pessoa é, no meu entender, Luís Filipe Menezes, pelo que o apoio na possível decisão de se candidatar à liderança do PSD.
Mais uma vez, repito, para não fazerem o disparate que o politicopata fez, que é uma opinião pessoal até porque nada sei sobre a decisão de Luís Filipe Menezes.
No que diz respeito a esta sondagem que fiz no blogue, digo que tenho alguma pena que as pessoas que vieram, em bloco, votar em Marques Mendes não tenham vindo comentar noutras alturas. E comentar com educação! Vejo, porém, que grande parte dos leitores votou noutras pessoas, o que demonstra que há um enorme descontentamento face à liderança de Marques Mendes. Encaro qualquer resultado desta sondagem com felicidade, pois estive ausente da blogosfera por motivos pessoais, e só votei uma vez, do computador onde escrevi todos os artigos do blogue, ao contrário dos votos em Marques Mendes, que, pelo que vi no blogue do Politicopata são de poucas pessoas que votaram muitas vezes.
É provável que este seja o último artigo da primeira “temporada” do VozPrópria. Foi um bom começo, visto que por motivos pessoais me posso ausentar até finais de Agosto ou início de Setembro. Há, porém, uma pequena probabilidade de voltar a escrever ainda durante o mês de Julho e Agosto. Estarei atento aos comentários e ao que se disser sobre este assunto e sobre a política. Se não vir nenhum comentário com dúvidas sobre as situações de que falei, tomarei estes assuntos como encerrados.
Ironicamente, peço-vos que leiam várias vezes seguidas e com calma este texto. Vejam se há algum erro, algo que possa ser trazido para a blogosfera, para me insultarem depois. Divirtam-se, até porque é isto que algumas pessoas gostam de fazer. (Não se preocupem se este parágrafo não vos significar nada, pois os destinatários do mesmo sabem bem o que isto quer dizer!)
E com um sorriso, desejo a todos umas boas férias e continuem a passar por cá porque pode ser que escreva antes de Setembro. Se tal não acontecer, até Setembro, rapaziada!
Um abraço, António.