
Na última semana, falou-se muito sobre direitos dos animais. A propósito, uma das coisas que mais me assustou na faculdade foi quando um professor me disse que os animais não têm direitos. De facto, o direito é para o Homem. Por ele foi criado. Por ele é aplicado. Visa reger a vida do Homem em sociedade, etc.!
Mas não podemos criar leis, rígidas, que obriguem o Homem a ter alguns cuidados com os animais?
Eu tenho uma adoração muito grande pelos animais. Desde os cavalos da minha quinta, aos peixes com que tenho o maior dos possíveis cuidados, que vivem e se reproduzem num pequeno aquário que tenho no meu quarto. Além do Pepe, um boxer com quatro anos, que é mais um membro da família.
Por isso, custa-me ler e ouvir algumas histórias de animais abandonados. Sobretudo cães. Histórias que o Estado pode combater, criando leis muito específicas e trabalhando para a sua aplicação.
Caminhos?
1 - Na compra de um cão, deveria ser imposto que o comprador colocasse um chip e que se obrigasse a cuidar dele até ao fim da sua vida, salvo se, por eventual negócio, exista uma transmissão dos direitos e deveres para um terceiro;
2 - Deveria existir uma autoridade municipal (por exemplo, a Polícia Municipal) a controlar, nas ruas, se todos os cães tinham a licença, as vacinas e desparasitações em dia e chip. Tendo em conta a autêntica caça à multa de estacionamento levada a cabo por empresas municipais, por que não criar uma para controlar estes aspectos?;
3 - Uma política fiscal que apoiasse sobretudo os que adoptam os cães dos canis municipais, da União Zoófila ou de outras instituições semelhantes, permitindo deduzir despesas de saúde e de alimentação do animal, até um determinado valor (mesmo que simbólico);
4 - Em vez de promover o abate de cães perigosos, o Estado poderia, até uma certa idade do animal, comparticipar em eventuais despesas de educação;
5 - Promover iniciativas em que fosse fomentada a adopção e apadrinhamento de cães, acompanhando a legislação de que, acima, falei;
6 - Assegurar que a lei, vigente para esta matéria, é cumprida. Porque não existe fiscalização. E o sentido deve ser o da responsabilização dos donos. "O seu a seu dono".
São apenas ideias para um caminho. Que merece ser percorrido. Porque, se os animais são animais, nós somos humanos. Pelo que temos de ser humanos também em relação aos animais.
De acordo com o que aprendi, não existe um verdadeiro direito dos animais. Mas os animais precisam que o Homem crie algumas regras para a sua sobrevivência. Porque a nossa sociedade não pode tolerar que o Homem possa tratar o animal de acordo com a lei do mais forte ou a lei da selva.
A propósito, quanto é que nos custa, a nós, homens, o apadrinhamento de alguns cães? Poupando nos cafés, no tabaco, nem que seja fumando menos, podemos contribuír para a sobrevivência de vários animais e ajudar na manutenção de alguns canis. Será que isso nos custa muito?
Até quando é podemos tolerar a autêntica barbárie que são os cães e gatos atropelados? Até quando é que vamos ser cúmplices de quem abandona os animais, fazendo com que possam tornar-se agressivos (na procura da sobrevivência)? Até quando vamos ser animais para com os animais?
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Já agora, vale a pena ler isto (se ainda não leu).
Guillermo Vargas Habacuc, um suposto artista, colheu um cão abandonado de rua, atou-o a uma corda curtíssima na parede de uma galeria de arte e ali o deixou, a morrer lentamente de fome e sede. Durante vários dias, tanto o autor de semelhante crueldade, como os visitantes da galeria de arte presenciaram impassíveis à agonia do pobre animal. Até que finalmente morreu de inanição, seguramente depois de ter passado por um doloroso, absurdo e incompreensível calvário.
É esse o cão que aparece na imagem.
A prestigiosa Bienal Centroamericana de Arte decidiu, incompreensivelmente, que a selvajeria que acabava de ser cometida por tal sujeito era arte, e deste modo tão incompreensível Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua cruel acção no ano passado. Assinei a petição (
http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html ) para que todo este tipo de comportamentos seja boicotado. Nas Honduras, em Portugal, onde quer que seja.