terça-feira, 21 de julho de 2009

Sem nexo


Esta é a imagem de uma rua, perpendicular à avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés, no fim da tarde de ontem.
É um cenário algo bizarro para os que aqui vivem. Mas, apesar de bizarro, quase que se adivinhava este desfecho.
Porque primeiro se construiu um parque de estacionamento pago que, apesar de bem arranjado, não serviu os que aqui moram. O que não tem de automóveis estacionados tem de cócó de cão.
Ao tempo em que se fez o parque, embelezou-se o mesmo com canteiros das mais variadas espécies de plantas e flores. Depois, deitou-se parte desse pequeno jardim abaixo, para se fazerem obras. Agora, onde estava um jardim está terra. Que é significado de poeira quando o tempo está seco.
Na outra parte, perto da ribeira, ao tempo do parque, também se construiu um canteiro. Que se deitou abaixo para se fazerem obras. O problema é que, ao lado dessas obras, está a ribeira de Algés que, ainda este ano, transbordou.
O que as imagens demonstram é o resultado disso mesmo. Que ditou que pelo menos quatro pessoas ficassem soterradas. Que o passeio cedesse assim como parte dos lugares de estacionamento.
A rua, perpendicular à avenida dos Bombeiros, está fechada. Para obras. Obras que se sucedem a mais obras. E essas obras já tinham obras precedentes. Também a avenida dos Bombeiros tem o trânsito condicionado por causa de obras. Ao fim, está uma rotunda em obras. E metros adiante, outra rotunda, também em obras.
Ou seja, obras atrás de obras. Por falta de comunicação. Por falta de cuidado. E, porventura, por falta de competência.
É pena que se feche um ciclo no concelho graças a imprudências. Mas pior seria se continuasse tudo na mesma e o resultado fossem pessoas feridas, famílias sem gás em casa e uma quantidade enorme de obras que, como aquele parque de estacionamento, não servem para coisa nenhuma.
Passados tantos anos, já era tempo de vermos o problema da ribeira de Algés resolvido. Era tempo de se ter feito obra. Mas obra que se traduzisse em mais qualidade de vida e em verdadeiras mais-valias para os munícipes.
E, ao som das obras e depois destes incidentes tristes, talvez seja hora para se virar a página. Um virar de página com tranquilidade. Porque, ao fim de tantos anos, tanto incómodo e tanto ruído, os que aqui vivem merecem um futuro, pelo menos, mais tranquilo.

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