domingo, 11 de abril de 2010

XXXIII Congresso

Nos últimos tempos, pude ouvir Passos Coelho muitas vezes e pude ler algumas das suas ideias.
Enquanto lia, enquanto ouvia, pairava sempre em mim uma enorme esperança de ficar convencido.
Hoje esperei, mais uma vez, para ouvir Passos Coelho.
Tinha sido um Congresso chocho, com muitas ausências.
Não se ouviu Ferreira Leite, Santana, Marcelo, Mendes…
Não se viram várias pessoas importantes do partido.
O único ex-lider que falou veio dizer para Capucho fazer o que Capucho já tinha feito e que Passos Coelho não tinha aceite.
Foi um Congresso tão chocho que nem Fernando Costa conseguiu arrancar as gargalhadas que arrancou há poucas semanas.
Até as caras que apareciam, pouco conhecidas e reconhecidas, foram pouco sugestivas, apesar de haver algumas excepções.
Provavelmente, não contando com os ex-candidatos à liderança, a intervenção que mais me surpreendeu pela positiva foi a de Mendes Bota. Muito bem na defesa de valores que partilho.
Também gostei de ouvir outros discursos, como o de Pedro Rodrigues, que é uma grande referência para qualquer jovem social-democrata.
Terão havido outros discursos interessantes, com algumas ideias que importa debater, como o de Miguel Frasquilho.
Mas valeu a pena ter esperado um pouco mais pelo discurso de Passos Coelho, que foi certamente o melhor que dele pude ouvir. É certo que não apresentou uma ideia para a economia, para a educação, para a saúde e para todas as questões que verdadeiramente interessam aos portugueses. Mas não embaraçou quem milita neste partido. Sem aqueles truques que incomodam quem está na política por bem e para servir os portugueses. Foi um discurso de esperança, que tocou em alguns pontos interessantes, com o intuito claro (na minha opinião) de mobilizar o partido e o seu eleitorado potencial para os tempos difíceis que estão ainda para vir.
Certamente, Passos Coelho não poderá voltar a cair no erro de apresentar propostas avulsas e de entrar num jogo de truques precipitados.
Terá de disciplinar o partido, sobretudo aquelas pessoas que, falando em unidade, lançam farpas a companheiros e fazem ajustes de contas com o passado.
Apesar de não ter votado nele e de dizer, com toda a liberdade, de que voltaria a votar no Paulo Rangel, tenho esperança de que Passos Coelho, menos interessado com o aparelho e mais focado na oposição ao Governo socialista e em servir o país, poderá mesmo unir o partido. Para depois ambicionar uma esmagadora vitória eleitoral.
Como em tudo na vida, é preciso dar tempo ao tempo.
E oxalá que no futuro possamos dar as mãos com toda a força e trabalharmos em conjunto para fazer de Portugal um país melhor.

1 comentário:

luis cirilo disse...

António:
Apenas duas notas.
Uma para realçar com a distância e a honestidade intelectual que penso me reconhecerá que o discurso de Luis F. Menezes foi excelente e em termos de conteúdo o melhor do congresso.
Pensando-se o que se pense daquele que foi o percurso dos ultimos três anos a verdade é que continua a pensar politica de forma notável.
A segunda para dizer que o discurso de PPC no encerramento foi também muito bom.
De genuina matriz social democrata e longe dos tiques liberais de que por vezes o acusam.
Quanto aos ex lideres que faltaram apenas lamento isso.
Que tenham faltado.
Porque as pessoas mais importantes do partido essas estavam lá.
Os delegados que representavam todos os militantes.
E cada vez mais a politica faz-se com quem está.
Porque de D.Sebastião já Portugal teve dose bastante