É um privilégio raro este que nós temos, por estarmos vivos.
Essa é a conclusão principal que retiro dos primeiros vinte e dois anos desta minha vida.
Pessoalmente, devo-o a Deus, aos meus pais, aos meus avós e a todos os ascendentes familiares que foram criando vida até ao dia em que nasci.
Maior privilégio do que estar vivo é ter uma vida cheia. E é isso que sinto hoje.
Porque a vida é como uma peça de teatro, em que nós somos actores.
E uma vida cheia é uma peça completa, onde a plateia é exigente.
Na vida, a nossa grande plateia são os nossos amigos. São eles que nos enchem a vida.
Muitas vezes, durante as vitórias, pensamos que ganhamos sozinhos. Procuramos os amigos, os verdadeiros amigos, e quase não os vemos, tão invisíveis que são.
Não sei quantas vezes já ganhei. Mas sei bem que já perdi muitas vezes.
E foi nessas alturas mais difíceis que percebi que a amizade tem um valor insubstituível, porque os amigos são aqueles que nos amparam as quedas e que puxam por nós, com toda a sua força, para nos recolocarem num caminho certo, num ponto mais alto.
Quanto estamos sentados com a cabeça baixa e os olhos fixados no chão, com os cotovelos a tocar nos joelhos, os amigos são aqueles que nos dão a “chapada” e nos fazem levantar a cabeça. São também aqueles que querem o nosso bem a cem por cento e a toda a hora.
Muitas vezes, substituem a família, que é sempre imprescindível e o maior pilar da nossa vida, quando a família não pode.
Amanhã, tenho exame. E pensei não fazer festa, para estar completamente concentrado para o exame que tenho amanhã. Resultado? Não consegui estudar porque, além das mensagens por e-mail e pelo facebook, o meu telemóvel está a carregar pela terceira vez. Se é mau? É óptimo! De certeza que vou estar menos ansioso, menos nervoso, o exame vai-me correr muito melhor e vou ter melhor nota! Mas muito mais importante do que isso é que não me lembro de um dia onde me senti tão em paz com a vida, com uma vida tão cheia.
Este blogue é também uma parte da minha vida. E, se ele existe, isso deve-se a muita gente que por aqui passa, por rotina, acaso ou curiosidade.
Aqui partilho as minhas opiniões sobre os mais diversos assuntos. Decidi hoje partilhar a minha alegria, nesta pausa que agora faço, no meio de um monte desorganizado de papéis com casos práticos, legislação, doutrina e jurisprudência. Às vezes sabe bem parar, esquecer o que está lá fora e fazer uma pausa.
Decidi vir aqui, de uma forma mais pessoal, para dizer que a vida é curta demais para que a desperdicemos com coisas menores.
Gozem este privilégio, vivam-no ao máximo, construam amizades fortes, dêem sem esperar nada em troca, amem, dediquem-se, estudem, ganhem e percam muitas vezes na defesa das vossas ideias, façam o melhor por vocês, pela vossa família, pelos vossos amigos, pela vossa terra…e nunca deixem de sonhar.
Essa foi a receita dos primeiros vinte e dois anos da minha vida. E, vinte e dois anos depois, com voz própria como sempre, esta era a mensagem que não poderia deixar de vos transmitir.
Com amizade,
5 comentários:
Ganda texto! Cheiíssimo de razão!
Parabéns!
Parabéns e espero que o exame tenho corrido bem....
Ass: Leoa Ferrenha (leitora assídua deste blog)
Muitos parabéns, António.
Um abraço.
Pedro Santana Lopes
Lindo texto :)
Parabéns António e que a vida lhe sorria, sempre, por muitos e muitos 22 anos :)
E o exame?
Bjs :)
António, Leoa Ferrenha, Dr. Pedro Santana Lopes, Maria,
Muito obrigado. Foi mais um ano que passou, de amadurecimento.
Como disse, este blogue faz parte da minha vida e muito devo a todos os que o acompanham, que contribuem para o debate de ideias e que fazem o "favor" de o divulgar.
Isso responsabiliza-me, por aquilo que escrevo, e engrandece este blogue. Agradeço também por isso.
No que respeita ao exame, o sentimento é positivo e espero que a nota na pauta o confirme.
Muito obrigado.
Beijinhos e abraços
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