quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dar valor à vida

É um privilégio raro este que nós temos, por estarmos vivos.
Essa é a conclusão principal que retiro dos primeiros vinte e dois anos desta minha vida.
Pessoalmente, devo-o a Deus, aos meus pais, aos meus avós e a todos os ascendentes familiares que foram criando vida até ao dia em que nasci.
Maior privilégio do que estar vivo é ter uma vida cheia. E é isso que sinto hoje.
Porque a vida é como uma peça de teatro, em que nós somos actores.
E uma vida cheia é uma peça completa, onde a plateia é exigente.
Na vida, a nossa grande plateia são os nossos amigos. São eles que nos enchem a vida.
Muitas vezes, durante as vitórias, pensamos que ganhamos sozinhos. Procuramos os amigos, os verdadeiros amigos, e quase não os vemos, tão invisíveis que são.
Não sei quantas vezes já ganhei. Mas sei bem que já perdi muitas vezes.
E foi nessas alturas mais difíceis que percebi que a amizade tem um valor insubstituível, porque os amigos são aqueles que nos amparam as quedas e que puxam por nós, com toda a sua força, para nos recolocarem num caminho certo, num ponto mais alto.
Quanto estamos sentados com a cabeça baixa e os olhos fixados no chão, com os cotovelos a tocar nos joelhos, os amigos são aqueles que nos dão a “chapada” e nos fazem levantar a cabeça. São também aqueles que querem o nosso bem a cem por cento e a toda a hora.
Muitas vezes, substituem a família, que é sempre imprescindível e o maior pilar da nossa vida, quando a família não pode.
Amanhã, tenho exame. E pensei não fazer festa, para estar completamente concentrado para o exame que tenho amanhã. Resultado? Não consegui estudar porque, além das mensagens por e-mail e pelo facebook, o meu telemóvel está a carregar pela terceira vez. Se é mau? É óptimo! De certeza que vou estar menos ansioso, menos nervoso, o exame vai-me correr muito melhor e vou ter melhor nota! Mas muito mais importante do que isso é que não me lembro de um dia onde me senti tão em paz com a vida, com uma vida tão cheia.
Este blogue é também uma parte da minha vida. E, se ele existe, isso deve-se a muita gente que por aqui passa, por rotina, acaso ou curiosidade.
Aqui partilho as minhas opiniões sobre os mais diversos assuntos. Decidi hoje partilhar a minha alegria, nesta pausa que agora faço, no meio de um monte desorganizado de papéis com casos práticos, legislação, doutrina e jurisprudência. Às vezes sabe bem parar, esquecer o que está lá fora e fazer uma pausa.
Decidi vir aqui, de uma forma mais pessoal, para dizer que a vida é curta demais para que a desperdicemos com coisas menores.
Gozem este privilégio, vivam-no ao máximo, construam amizades fortes, dêem sem esperar nada em troca, amem, dediquem-se, estudem, ganhem e percam muitas vezes na defesa das vossas ideias, façam o melhor por vocês, pela vossa família, pelos vossos amigos, pela vossa terra…e nunca deixem de sonhar.
Essa foi a receita dos primeiros vinte e dois anos da minha vida. E, vinte e dois anos depois, com voz própria como sempre, esta era a mensagem que não poderia deixar de vos transmitir.

Com amizade,

5 comentários:

António Santos Lourenço disse...

Ganda texto! Cheiíssimo de razão!
Parabéns!

Anónimo disse...

Parabéns e espero que o exame tenho corrido bem....
Ass: Leoa Ferrenha (leitora assídua deste blog)

Unknown disse...

Muitos parabéns, António.
Um abraço.

Pedro Santana Lopes

maria disse...

Lindo texto :)

Parabéns António e que a vida lhe sorria, sempre, por muitos e muitos 22 anos :)

E o exame?

Bjs :)

António Lopes da Costa disse...

António, Leoa Ferrenha, Dr. Pedro Santana Lopes, Maria,

Muito obrigado. Foi mais um ano que passou, de amadurecimento.
Como disse, este blogue faz parte da minha vida e muito devo a todos os que o acompanham, que contribuem para o debate de ideias e que fazem o "favor" de o divulgar.
Isso responsabiliza-me, por aquilo que escrevo, e engrandece este blogue. Agradeço também por isso.
No que respeita ao exame, o sentimento é positivo e espero que a nota na pauta o confirme.

Muito obrigado.

Beijinhos e abraços