quinta-feira, 6 de março de 2008

Um país que ninguém merece governar


Foi com algum agrado que Luis Filipe Menezes deu ao JN.
E foi com agrado porque o que Menezes disse já eu havia dito há dois ou três dias, o que significa que, em princípio, neste ponto estamos de acordo.
Além do mais, o que Menezes disse é verdade. O PS não merece ser Governo. Diz Menezes que já não merece. O já muda alguma coisa, porque, no meu entender, o PS de Sócrates nunca mereceu ser Governo. Por duas razões fundamentais: primeiro, o PS de Sócrates chegou ao poder depois de Sampaio fazer cair o governo de coligação PSD/CDS sem motivos suficientes para tal, e depois porque o PS chegou ao Governo prometendo o céu aos portugueses, acabando por tornar a situação dos portugueses, em quase todos os níveis, praticamente, infernal. Sendo assim, o PS não merece ser Governo, pois está claro que não! E o que Menezes disse (com ou sem "já" antes do não) estará certo e bate com a realidade.
Disse também Menezes que o PSD ainda não merece ser Governo. Não sei se o PSD vai, até 2009, merecer estar no Governo, mas espero que sim. Contudo, as razões que atribuo ao PSD para que o partido não esteja a governar são várias. Não há treinador nenhum no mundo que consiga ter uma equipa ganhadora sem que tenha um balneário disciplinado, unido e motivado. Nem é preciso o balneário todo, mas pelo menos a maioria. Dir-me-ão que a maioria Menezes tem, porque ganhou as directas. Esse argumento parece evidente. Mas desde as famosas directas que o PSD anda desaustinado. Uns que insultavam e criticavam continuamente Menezes, hoje estão com eles. Outros que estavam e que se bateram por ele na vitória, estão já desiludidos, desmobilizados, e não sei que mais.
Temo que neste momento o PSD possa estar ainda mais fragmentado que no passado. Vejo que X não gosta de Y e que Y não gosta de Z e tudo isto acontece num mesmo orgão interno no Partido. Mas X teve de apoiar Y e Y teve de apoiar X para ganharem umas certas e determinadas eleições. Além disso, são diversos os grupos de reflexão provenientes da ex-corrente mendista do partido. Assim é impossível que o PSD tenha propostas para assuntos específicos. Essa inexistência de propostas, mesmo que seja apenas aparente, incomoda-me a mim e, seguramente, a muitos portugueses.
Eu tinha mesmo de dizer isto. Há dias, falei com um senhor que me disse uma coisa que achei importante: "parece que havia um Menezes antes das eleições para o PSD e que a partir daí passou a haver outro Menezes". Isso diz muito. Deixem-me terminar deixando uma convicção profunda que tenho. Se Menezes tivesse sido o mesmo, moderno, inconformado, congregador e reformista, não tenho dúvida de que o PSD, hoje, já mereceria a confiança dos portugueses e podia esperar tranquilamente e com espírito vencedor para as eleições de 2009. Esta é a minha opinião.

1 comentário:

Anónimo disse...

O António há já alguns anos fez-me um pedido que fez com que a turma e eu ficassemos de boca aberta. Pediu-me para sair por uma razão que para agora pouco importa mas foi tal a sinceridade que o deixei sair. Em troca pedi-lhe que cumprisse uma tarefa que o António raramente havia feito, mas cumpriu ponto por ponto aquilo que lhe pedi! Aquela forma tão sua de andar, a postura ligeira com que resolvia problemas de elevada dificuldade, a forma convicta com que defendia as suas ideias e a coragem de por o dedo no ar para demonstrar uma ideia contrária à da turma fizeram-me ver que o António era uma pessoa diferente.
Soube que tinha este blog por uma amiga sua que ainda está no Colégio. Gostava muito que nos viesse fazer uma visita.
Tenho a certeza que o António sabe quem eu sou e que se está a rir ou a chorar com estas memórias, porque o António é assim mesmo. Parabéns por ser agora aquilo que o António queria ser e não tenho dúvida que para que o sonho se torne realidade irá bastar que o António queira concretizar os seus sonhos.
Continue a sorrir.

Um beijo