quinta-feira, 3 de setembro de 2009

CENSURA!


Tem razão quem fala em asfixia e em claustrofobia democráticas. E, partindo de um determinado raciocínio, não deixa de ser mentira que, em alguns domínios, a democracia está, de facto, suspensa. E não está suspensa para fazer reformas. Antes fosse assim. Está suspensa por interesses pessoais, políticos e económicos de um grupo restrito de pessoas.
Assim de repente, neste passado mais recente, lembro-me, por exemplo, daquela estranha operação que visava a aquisição do Jornal "Sol" na altura em que este jornal contribuiu, dentro do seu direito constitucional de informação, para a revelação de muitas verdades relativas ao caso Freeport. Lembro-me também da imposição aos lisboetas que os socialistas fizeram, num contrato feito por baixo da mesa, com uma empresa de contrução civil dirigida pelo também socialista Jorge Coelho.
Nada disso se entendia. Pelo menos, eu nunca entendi. Que, ironicamente, é igual a dizer que toda a gente percebeu muito bem o que se quis fazer...à custa do bem-estar social e económico dos cidadãos.
Depois de várias considerações públicas que o Primeiro-Ministro e alguns camaradas socialistas e de Governo fizeram sobre a TVI, o director-geral da estação já lá não está. Graças a uma "operação" realizada, longe dos holofotes, bem no meio das férias de verão. Mas agora foi-se ao limite de acabar com o noticiário mais visto pelos portugueses. Ordens do chefe são ordens do chefe. Por muito que isso custe à TVI ou à empresa que a detém.
Amanhã, já não vai passar a peça que havia sido preparada relativa ao caso Freeport nem a linha dura que a TVI prometia prosseguir amanhã. Vários jornalistas e o próprio comentador Vasco Pulido Valente, que haviam preparado o programa durante dias e dias, não vão ver o seu trabalho em horário nobre. Para ser visto pela maioria dos portugueses que, naquela hora, estiverem à frente da televisão.
Esta notícia, mais escândalosa do que todas as que a TVI passou nos últimos anos, é uma vergonha. É o reflexo de um grupo de socialistas que sempre confundiu maioria absoluta com poder absoluto. É a aplicação prática, em pleno século XXI, de quase tudo aquilo que o conceito de censura significa.
Por isso, esta censura merece, em conjunto com todos os actos equivalentes ou realizados nesse sentido durante este Governo, ser censurada. No dia 27. Nas urnas. Pelos eleitores.
Já só faltam 24 dias para podermos...respirar.

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