segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Onde está o verdadeiro Sporting?


Estive em Alvalade no princípio da noite de ontem para ver mais um jogo morno, feio e maçador da equipa do Sporting. É verdade que, por vezes, o importante é conseguir os 3 pontos. Mas jogar bem, aliado ou não à conquista de todos os pontos em jogo, deve ser tido como fundamental para aqueles que jogam ou trabalham para o futebol do Clube.
O Sporting ontem venceu, é certo. Mas duvido que, jogando o que jogou ontem, conseguisse melhor do que perder pela margem mínima em casa contra o Braga ou que conseguisse mais do que um empate na Choupana.
Se Liedson não tivesse marcado ontem e a duas jornadas de visitar o Dragão, o Sporting poderia estar já condicionado a lutar como outsider, como o pior dos três candidatos ao título e voltaríamos a estar uma segunda volta inteira à procura de um deslize dos rivais.
Como é possível que uma equipa abdique constantemente de lutar pela vitória durante uma primeira parte inteira? Como é possível que, mesmo jogando contra o Paços de Ferreira, pareça que o Sporting está a jogar com menos jogadores? Como são possíveis os passes falhados, as desconcentrações defensivas, a ineficácia no ataque, a total ausência de um fio de jogo (do princípio ao fim) e a inexistência de um único rasgo durante mais de 90 minutos?
Essas são as perguntas que Bettencourt deve colocar. A si. Ao treinador. E aos jogadores. Aliada a uma outra questão: afinal, como é possível que um jogador que está parado há mais de meio ano, com 32 anos, entre directamente para a equipa titular?
A diferença de planteis entre o Sporting e os seus principais rivais é manifesta. Pior do que isso, é incomparável o futebol praticado por Porto, Braga e Benfica com o futebol que o Sporting joga. E isso preocupa-me muito.
Porque em relação ao jogo de ontem, o Sporting não se pode queixar de um árbitro que puniu devidamente, desde certa altura, o anti-jogo. A equipa de arbitragem terá sido a melhor que esteve ontem no relvado de Alvalade. O Sporting, mesmo tendo vencido, deveria ter jogado mais e muito melhor futebol. E, na minha opinião, não era preciso muito: bastava que o Yannick jogasse à esquerda e o Vukcevic no meio ou à direita.
Paulo Bento terá de ser muito mais exigente com os seus jogadores. Caso contrário, com um plantel que ainda tem Pedro Silva, Abel, Tonel e que, quando se olha para o banco, se vê que a alternativa aos titulares do ataque é Carlos Saleiro, o Sporting não terá a mais pequena hipótese de ser sequer competitivo com aqueles que lutam verdadeiramente pelo título de campeão nacional.

Esperemos que, na próxima jornada, contra o Olhanense, o verdadeiro Sporting se mostre aos sócios e adeptos. Até porque na semana seguinte teremos uma visita complicada ao tetra-campeão nacional.

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