quarta-feira, 9 de setembro de 2009

(Outro) Dia D


Hoje é (mais um) dia D para a Selecção Nacional, coisa que, há um ano, não nos passava pela cabeça.
Fui, como todos sabem, muito crítico da escolha de Carlos Queiróz para seleccionador, sendo que as críticas se agravaram com as convocatórias onde passaram demasiados jogadores, onde se fizeram demasiadas experiências e adaptações.
Desde logo, discordei da primeira convocatória, demasiado populista, com o afastamento de Ricardo, ao qual, nós, portugueses, devemos muito, sobretudo pelas suas prestações no Euro 2004. Apenas concordaria com a substituição de guarda-redes se o escolhido fosse um atleta de categoria, capaz de ser o dono das redes nacionais na próxima década, antevendo-se uma selecção para o futuro. Nem Eduardo nem aquele guarda-redes que joga no campeonato alemão têm categoria e qualidade para ser guarda-redes da selecção. Mas compreenderia a convocatória de Rui Patrício e Moreira, um mais novo e outro mais velho, complementando-se com a chamada de Ventura, do Porto, ao qual reconheço muito potencial.
Portugal é, hoje, uma equipa refém de um jogador que não joga na sua equipa por causa de um castigo prolongado. Falo de Pepe. Se não joga, se não tem ritmo de jogo, como pode ser indiscutível na selecção? Ainda por cima, joga na posição que não é, de todo, aquela em que é melhor.
Verifico que Hugo Almeida é opção, mas Yannick Djaló não é. Que nunca passou pela cabeça de Queiróz chamar Nuno Assis. Preferiu sempre um Deco fora de forma. E o mesmo se deve dizer sobre João Pereira, do Braga, que nunca foi opção, ao contrário de Miguel. Afastou o Paulo Ferreira que, como defesa esquerdo, fez uma excelente exibição no jogo em Alvalade contra a Dinamarca. Também o Manuel da Costa poderia ter sido chamado, até porque, além de central, pode jogar à esquerda.
O que quero dizer é que a selecção deveria ter feito uma renovação a sério. E não se renova uma selecção chamando um brasileiro com 32 anos. Apesar de, depois de tantos erros, reconhecer que, neste momento, Queiróz é refém de Liedson.
Portugal poderia ter uma equipa com Rui Patrício , Paulo Ferreira (ou Veloso), Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Bosingwa, Veloso, Meireles, Moutinho, Cristiano Ronaldo, Nani e Yannick. Outras opções? Moreira, Duda, Carriço/Miguel Vitor, Rolando/da Costa, João Pereira, Tiago, Quaresma/Coentrão, Simão, Nuno Gomes e Postiga. Sem brasileiros, como é óbvio. Eram jogadores mais do que capazes para ganhar à Hungria, a Malta, à Albânia e à Dinamarca. Ainda para mais quando a Dinamarca joga com as suas segundas linhas. E, aos quais, ainda se poderia juntar, se fosse necessária, a experiência de Maniche e a agressividade do Petit.
Poderiamos não ir ao Mundial da África do Sul. Mas construía-se uma equipa para o futuro. O problema de Queiróz é que corremos o risco de não ter nem uma coisa nem outra.
Espero que Portugal vença os jogos que faltam e que ainda consiga estar na África do Sul. Mas Carlos Queiróz, que de incompetente e inexperiente não tem nada, deveria perceber que só se pode construír uma selecção ganhadora com um grupo unido, que se mantém no tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Antonio:
não tenho duvidas de que o Djaló com CR e Nani poderia fazer um ataque forte, rápido, jovem e imprevisível, mas CQ preferiu apostar no Hugo Almeida (como pode jogar ele com CR no 11?) porque era um jogador já formado. No Real Madrid apostou também em jogadores bons mas que em equipa não poderiam nunca encaixar e foi imediatamente despedido.
Com os jovens do Sporting (Patrício, Veloso, Moutinho, Yannick), com o espírito dos jogadores do Porto (Bruno Alves, Rolando e Meireles) aliados a RUBEN AMORIM (que tu não falas) e com CR, Nani, Quaresma, Bosingwa, Ricardo Carvalho, PEDRO MENDES e Tiago tinhamos uma equipa para fazer óptima figura na África do Sul. Assim nem vamos la!

JN

António Lopes da Costa disse...

Restam-nos duas vitórias (expressivas!) e esperar que a Suécia não vença pelo menos um dos dois jogos que lhe falta.

Um abraço