quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tiques, desesperos e difamações

Ontem, a revista "Sábado" publicou uma notícia sobre "votos comprados", notícia essa à qual se aliavam dois candidatos a deputados às próximas eleições legislativas.
Li e reli a notícia várias vezes, assim como ouvi o que diziam as supostas testemunhas. E continuo a achar que a utilização das imagens desses dois candidatos do PSD é abusiva, face ao conteúdo infundamentado das declarações e da notícia.
É que importa esclarecer o seguinte:

1) Os dois candidatos a deputados não pertencem nem nunca pertenceram às secções referidas;
2) A candidata a deputada, referida nessa notícia, não tem responsabilidades na Distrital há quatro anos. Nessa altura, quem presidia as secções mencionadas na notícia não eram os actuais presidentes;
3) Essa mesma candidata a deputada não conhece a única pessoa que diz que ela tinha conhecimento de uma situação (em que eu não acredito) que se passava numa outra secção do Distrito, pessoa essa que não milita no PSD e é, inclusivamente, candidata autárquica num outro partido político;
4) A haver conhecimento, é do conhecimento público que existem órgãos competentes para decidir e não se entende por que razão essa senhora não apresentou qualquer queixa.

Será possível que uma qualquer pessoa acuse outras, na praça pública e fora dos tribunais, sem uma única prova?

Vejo que aparece em rodapé, em alguns canais de televisão, que a candidata em causa é acusada de pagar votos. Acusada por quem? Por uma única pessoa. Por uma situação numa secção que não é a sua. E a notícia não refere nada que indicie que, de facto, a pessoa em causa pague para as pessoas votarem com uma orientação. Ora o que título sugere não é isso.

Li, com preocupação, a queixa feita pelo meu companheiro de Partido e presidente da Secção Oriental ao Sindicato dos Jornalistas, sobretudo na parte em que se fala de uma oferta de 200 euros, feita pelo jornalista, para que as pessoas dissessem que "havia votos comprados" no PSD. Essa oferta pode ser testemunhada por várias pessoas.

Tudo isto são manobras com um intúito específico: contribuír para uma guerra pessoal(!) aos dois candidatos e tentar impedir a vitória do PSD nas legislativas. Do mesmo modo que se tem tentado que Santana não ganhe Lisboa e que o PSD não seja capaz de ganhar Oeiras. Tudo, claro, no Distrito de Lisboa.

Mas não quero acreditar que os principais responsáveis pelo PSD no Distrito de Lisboa tudo estejam a fazer para que o partido perca. Dizendo que as listas pelo Distrito podem comprometer a vitória nacional. Fazendo listas fracas e desqualificadas nuns concelhos e criando guerrilhas nos outros. Não quero nem posso acreditar numa coisa dessas.

São tiques, desesperos e difamações da maior gravidade possível. Que demonstram que há gente, dentro e fora do PSD, que não desejam nem contribuem para a vitória do Partido. Que provam que, como diria o falecido António Champalimaud, "à excepção da honra, tudo se compra e tudo se vende". E que não é necessário suspender a democracia. Pela simples razão de que a democracia, com todos estes truques e jogadas, já está suspensa há bastante tempo.

E quem ganha com isso é, como sempre tem sido, o Partido Socialista.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro António:
dizem que a secção oriental compra votos mas o título não é esse - erro jornalístico.
dizem que esses 2 candidatos na lista de MFL são "coniventes" sem provas - crime!
não conheço a queixa do presidente da CP Secção Oriental mas a confirmar-se o que ele diz há que apurar responsabilidades, inclúsivamente penais.

saudações social-democratas