segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma coisa que não percebo...


Tenho visto, por muitos blogues, certas opiniões sobre uma pessoa que tem mais ou menos a minha idade, opiniões às quais não dei valor, porque tratam de coisas acessórias ao debate político que deve (e que está a ser) feito.
Mas hoje vi, num blogue da área social-democrata, que não vou citar, um post muitíssimo injusto para essa pessoa.
À pessoa em causa só é dada essa importância porque é uma figura pública. E porque é mandatária de Sócrates. É óbvio que estou a falar da Carolina Patrocínio e da quantidade inexplicável de posts e artigos que foram escritos sobre ela, principalmente depois de ter dado uma entrevista infeliz.
Já falei sobre este assunto com muitas pessoas. E todas as pessoas com quem falei (de todos os quadrantes políticos, de todas as profissões) se multiplicaram em argumentos para contrapor a defesa que eu fazia. Mas continuo a não perceber...
O que quero dizer é que devemos ser tolerantes uns com os outros. E não percebo onde está o mal da Carolina Patrocínio ser mandatária de Sócrates. Foi convidada e aceitou. Ponto. Se gosta de política, não sei. Nem me interessa se percebe alguma coisa de política ou se sequer sabe se Sócrates é Primeiro-Ministro ou Presidente da República.
O que é que me interessa se a empregada dela lhe tirava as graínhas as uvas? O que é que me interessa se prefere fazer batota a perder? Ela não é candidata a nada, pelo menos que eu saiba.
Uma pessoa pode ser vaidosa ou até fútil. Não faço ideia como é que ela é. Admito que o possa ser. Mas como se pode fazer dela um alvo político? Só porque é mandatária de Sócrates? Ou por que mais? A sério, se houver outra explicação, digam-me que não estou a ver qual é.
Por fim, a propósito do que foi escrito no blogue que me fez escrever este post, acho que algumas críticas são injustas. Chame-se o que se lhe quiser, mas, que eu saiba, uma pessoa que é formada em Comunicação Social na Universidade Católica não é propriamente uma pessoa que não sabe nada de nada. E a minha geração não é uma "geração morangos", que só gosta de luxos e fast-food. Pelo contrário. A minha geração é, porventura, a mais trabalhadora e a que mais vai ter que fazer pela vida. Antes fossemos todos fúteis. Mas a realidade é que não somos. Assim como a Carolina Patrocínio também não é o exemplo que melhor representa a geração mais nova. A única coisa que todos, desta mesma geração, temos em comum é que não gostamos nada de perder. Mas há alguém que goste?
Quem parte do princípio que os mais novos são todos iguais, parte de um princípio errado. E quem parte do princípio de que as miúdas giras (uns acham, outros não!) são burras, muitas vezes engana-se. Não sei se estão ou não enganados sobre a Carolina Patrocínio. Mas acredito que sim. Apesar de achar que a escolha dos socialistas foi errada. Mais nada. Ataque-se os socialistas por isso. Nunca a Carolina Patrocínio. Basta clicar nesta fotografia, ampliá-la e ver que o que move os jovens socialistas é tudo. Tudo menos José Sócrates. Talvez ela tenha mais trunfos do que ele. Começando pelo desempenho universitário.

2 comentários:

Anónimo disse...

MEU CARO ANTONIO, O QUE MOVE A CAROLINA PATROCINIO É O CHEQUE EM EUROS.

António Lopes da Costa disse...

Isso é exactamente o que me dizem.
Infelizmente, talvez tenha de ser assim para muita gente.
Mas foi pelo cheque em euros que Figo trocou Barcelona por Madrid, que Ronaldo trocou Lisboa por Manchester e Manchester por Madrid.
Além disso, há alguma diferença?
Se for só o cheque em euros, o que é que isso tem de interesse para ser assunto repetidamente falado?