
Logo no dia a seguir às eleições, o país estava já a voltar à normalidade. Um reflexo disso foi a venda por parte da PRISA de uma parte da Media Capital à Ongoing, numa percentagem que vai permitir com que a empresa que recentemente foi buscar José Eduardo Moniz assuma funções de administração.
O que quer isto dizer? Que Moniz poderá estar de volta, assim como Moura Guedes, o Jornal de 6ª...enfim, pode-se dizer que vamos voltar a ter uma TVI - televisão independente.
É claro que uma biografia, até agora aparentemente censurada, sobre José Sócrates tem mais probabilidades de poder ser publicada.
Mas também é claro que, entretanto, Portas conseguiu um resultado que faz com que o PS possa vir a depender dele para governar e que já teve, por isso, inesperados inconvenientes.
Também é claro que, entretanto, o Presidente da República fez uma declaração ao País onde faz acusações gravíssimas a vários socialistas.
Também é claro que os socialistas, que, por estarem no poder, voltaram a vestir aquele fato arrogante e autoritário, responderam de uma forma grosseira, quase ordinária, visto que o alvo era o chefe de Estado.
Também é claro que vamos ter autárquicas e que, sabe-se lá porquê, é nesta altura que alguns jornais descobrem alguns casos sobre candidatos às autarquias. Numa campanha orquestrada que apenas visa lançar suspeitas e descredibilizar aqueles que se candidatam.
Sabemos muito bem a quem isto interessa. E teremos, nós portugueses, de estar mais solidários uns com os outros nos próximos tempos. Porque, além da crise nacional que a conjuntura externa veio agravar ainda mais, temos uma maioria relativa que parece ser muito mais influente, dominante, prepotente e repressiva do que a percentagem que essa mesma maioria representa.
Passaram umas eleições e, delas, já passaram três dias e continua a falar-se de asfixia democrática e de falta de liberdade em Portugal.